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INSTRUMENTO ? UMA REFLEXãO PARA SEMANA DA PáTRIA

INSTRUMENTO ? UMA REFLEXãO PARA SEMANA DA PáTRIA

Publicado por Edielson Rocha Batista | 01/10/2019

Cresci no Norte do Paraná, vendo meu pai lidar com instrumentos rudimentares para lavrar a terra ou fazer pequenas ações domésticas: era enxada, enxadão, foice, facão, serrote, cavadeira, plantadeira manual, arado para tração animal, dentre outros tantos.

Os instrumentos são ?acessórios?; ferramentas, aparelhos ou objetos criados e adaptados a fim de apoiar e facilitar alguma ação qualquer. Os instrumentos podem ser rurais, domésticos, musicais, de guerra, jurídicos, enfim.... há uma infinidade de instrumentos, usados em quase todas as áreas de ação humana. Eles podem ser pequenos ou grandes, rudimentares ou extremamente modernos, com tecnologias avançadas, porém, sempre serão instrumentos.

Lembrei dos instrumentos ao ler o texto bíblico da conversão e do chamado do apóstolo Paulo, quando Deus diz a Ananias que o procurasse, para impor-lhe as mãos e orar a fim que recuperasse a visão: - Vá, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome diante dos gentios e reis, bem como diante dos filhos de Israel. (At 8.15).

Assim como Paulo, eu e você fomos chamados para sermos instrumentos nas mãos de Deus. Fico pensando no privilégio e na reponsabilidade de ser usado pelo Senhor do universo, como instrumento para alguma ação que ele deseja realizar, de forma soberana, entre os homens ou de forma mais ampla, no âmbito de sua criação.

Paulo compreendeu bem a sua missão e foi um instrumento poderoso para pregar o Evangelho de Jesus. Além disso, ensinou que devemos tomar o cuidado para não sermos instrumentos de iniquidade (Rm 6.13a), pelo contrário, devemos nos oferecer a Deus, em novidade de vida, como ?instrumentos de justiça? (Rm 6.13b).

Então, nesse mês de setembro, quando destacamos as questões cívicas em função da Semana da Pátria, constatamos que o Brasil está literalmente pegando fogo, seja na Amazônia ou no Cerrado, ou sendo consumido pelas chamas da injustiça que transforma em cinzas a esperança dos pobres, dos velhos, dos estudantes, enfim, dos que precisam de instrumentos de apoio para sobreviver ou realizar seus sonhos, eu me pergunto: que tipo de instrumento tenho sido?

Aos ver os cristãos divididos e polarizados por causas de ideologias políticas, deixando de viver a unidade que Cristo pediu ao Pai, eu me pergunto: que tipo de instrumento tenho
sido?

Ao ver muitos líderes evangélicos aderindo a um fundamentalismo doentio e apoiando discursos que despertam o racismo, o ódio e a intolerância, em total afronta ao que Jesus
ordenou aos seus seguidores, que deveríamos amar uns aos outros, eu me pergunto: que tipo de instrumento tenho sido?

Aí me lembrei de um grande servo de Deus, Francisco de Assis, que, no passado, deixou marcas profundas e positivas na história, pois teve a coragem de orar a Deus para ser instrumento. Assim, sem alternativa, pedi perdão a Deus e terminei minha reflexão, orando:

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive
Para a Vida Eterna.

Agnaldo Pereira Gomes
Pastor da Sexta IPI de Sorocaba Presidente da AIPRAL ? Aliança de Igrejas Presbiterianas e Reformadas da América Latina e Caribe

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